Páginas

quarta-feira, 2 de junho de 2010

evening thoughts.

A thousand perfume scents, all mixed up in the air, throughout the streets and alleys. Behind the many walls surrounding Mother Earth, its least generous species scurries for shelter. They think they move along, but they can only cringe. In fear. In make-belief rapture. Countless jolting paranoid eyes which are surely able to see, though incapable of focusing. Long story short, one truthful gaze is lethal for them.
They reproduce as though they were rats, but they loathe rats. They run as though they were horses, but they ride horses. They eat as though they were pigs, but pigs disgust them. They get needy as though they were dogs, but they pet dogs. They kill when they act themselves.
One round of applause to... mankind.

domingo, 30 de maio de 2010

Eletroconvulsoterapia.

Só porque falam o que pensam, não significa que fazem o que sentem.
Só porque ouvem quaisquer ritmos, não significa que escutam melodias.
Só porque enxergam com perfeição, não mostra que vêem com clareza.
Só porque atacam impiedosamente, não quer dizer que consigam avançar.
E justamente por serem amargos, é que não sentem o gosto da vida.
Ela passa assim, nula, com os cinco sentidos opacos. Insensível.

Perder me anima, aguça-me o instinto.
A intensidade mora na derrota.
Acima de tudo, perder é a garantia de que amanhã terei algum motivo.

domingo, 23 de maio de 2010

C'est la vie!

A vida é passional. E talvez exatamente por isso cause dor. Se fosse amor, curava. Se fosse amor, cuidaria, protegeria, anestesiaria, ponderaria, e estaria por perto sempre que assim fosse preciso. Mas, como dito antes, é passional. Picos de felicidade, cumes insuportáveis de tristeza, linhas semi-constantes de tédio que te engolem por dentro, cortes, abscessos, cicatrizes.

A vida é passional até na morte. Sim, pois nada há de ser mais passional do que o último fôlego. Inspirar, expirar. Movimento exaustivamente praticado ao longo dos anos. Rápidos, lentos, ofegantes, oscilantes, seguros, certeiros ou errantes. E após tanto treino, o último. Dá-se valor à última respiração, pois não conseguimos prestar atenção à primeira. Talvez porque estivéramos muito ocupados com as primeiras lágrimas. Ou talvez porque insistimos em desprezar o início da peça. Um 'grand finale' faz, de fato, juz a longos anos de atuação.

sábado, 22 de maio de 2010

Mudhoney @ Clash Club - May 21st 2010

Eis que depois de um longo tempo sem ir a shows(o último havia sido Sonic Youth/Stooges), resolvi apostar minhas 50 pratas no 'revival' que seria ver Mudhoney pela terceira vez. Perdi as 3 primeiras músicas porque tive a brilhante ideia de ir à pé pra Clash, andando tranquilamente pela Av. Angélica com minha lata de Pepsi, e pensando se não teria sido melhor mesmo ver o filme do Pelé. A resposta veio no exato segundo em que entrei: Não, não teria. Mais de 20 anos depois, Mudhoney continua com uma energia assustadora.

De inicio, preferi ficar um pouco pra trás. Isso até a tríade You Got It/Suck You Dry/Blinding Sun! Incrível como mesmo com tanto tempo tendo passado, gosto musical tendo mudado consideravelmente, e até certos valores e opiniôes pessoais, as letras das músicas ainda estavam gravadas na memória. Era como o povo que vai a cultos e já sabem de trás pra frente todas as palavras para todas as musiquinhas que cantarão durante a sessão. Então, aproveitando que a casa estava com metade de sua capacidade máxima, decidi me postar próximo à turma do 'everybody pogo!'. Aliás, já que citei tal tribo logo depois de ter feito uma analogia canções/culto religioso, preciso fazer uma observação. Ontem foi uma noite BEM estranha. Do meio pra trás, lindas mocinhas - todas bem arrumadas e maquiadas - com seus namorados fantasiados de Adidas, Nike, Tommy Hilfiger, etc. Estes faziam fronteira com pessoas comuns. Dali pra frente, protótipos de Kurt Cobain, Eddie Vedder, e Layne Staley. Até as estampas das camisetas vestidas por seus ídolos há 20 anos eram avistadas nos corpos da molecada do Grunge Is Not Dead. Cópia da cópia da cópia da cópia. É, vergonha alheia. Mas, fazer o que? O rock sempre foi ridículo. De Elvis & Beatles, passando por Black Sabbath & Led Zeppelin, recebendo o tempero pra lá de desagradável de um Guns 'n Roses, sendo chacoalhado pelos sujinhos do Nirvana & Cia, e chegando hoje às bandinhas mais-do-mesmo.

Voltemos ao show. Citações de alguns momentos memoráveis da noite passada:
1) durante um 'stage dive', algum idiota derrubou o pedestal do Mark Arm, levando-o a fazer um ótimo comentário pós-barulho ["Thank you all for coming, except for that guy over there."]. Tudo no bom humor, claro.
2) o amplificador do Steve começou a apresentar algumas falhas pouco após o meio do set. A desculpa dada por Mark Arm é mesmo pra quem entende(ou talvez, exatamente o contrário) de equipamentos. ["We wanted a Meteoro, but they gave us a Fender!"]

Quase desnecessário dizer que Touch Me I'm Sick foi o ápice das viúvas dos anos 90, né? Confissão nada-adolescente: Hate The Police me fez surtar.
Meu amigo argentino estava em cima do palco, filmando o show a pedido da Sub Pop. No tempinho que antecedeu o bis, ainda gritei 'Hey, Sebastián!', e ergui o punho pra confirmar minha identidade tampouco secreta. Pontinha de inveja vale também, porra. Vou dizer que não gostaria de estar lá? Faz favor! haha

O que se viu durante o bis foi mais impressionante ainda. A banda resolveu emendar ótimas músicas do album 'The Lucky Ones', e estando apenas com o mic ocupando as mãos, Sir Arm deve ter sido possuído por alguma entidade conhecida do Iggy Pop! Acabou o set olhando para o público com os olhos arregalados, a la Jack ('O Iluminado'). Visceral. Hipnotizante. Música pela música.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Splinters & Echoes

[Sometimes, all the tears in the world are not enough. sometimes, screaming your lungs out just won't do. Sometimes, you need to make room inside yourself. Sometimes, it's the talent to hurt and ache all at once. Why? Because we always destroy the things we love. Sometimes, you just explode. Lights in the sky.] (08/5/2010)

[In my dreams, I can breathe. Somewhere I can just be. Somewhere there's never a humanly vague adjective after that. In my dreams, I don't need to interact cause I can just watch this strange form of life as it goes. In my dreams, there are no pretty or ugly beings. Sometimes they tell me stuff. Some others, they even do me things. I stay idle. Silent. Peaceful. In my dreams, I'm scar-free.] (14/5/2010)

Crie. Alimente. Cuide. Jogue fora.

Depois das mais variadas pessoas insistirem para que eu fizesse um blog, creio ter me rendido à tecnologia. Será ironicamente engraçado postar todo e qualquer excremento verbal que sai de mim, mesmo não acreditando que isso vá durar muito tempo. Monta-se o circo, entretêm-se o público, e vai-se embora. Amigos, inimigos, desertores (que certamente mantêm um sub-interesse em mim)... Sintam-se em casa, pois eu mesmo já não estou nela.