A vida é passional. E talvez exatamente por isso cause dor. Se fosse amor, curava. Se fosse amor, cuidaria, protegeria, anestesiaria, ponderaria, e estaria por perto sempre que assim fosse preciso. Mas, como dito antes, é passional. Picos de felicidade, cumes insuportáveis de tristeza, linhas semi-constantes de tédio que te engolem por dentro, cortes, abscessos, cicatrizes.
A vida é passional até na morte. Sim, pois nada há de ser mais passional do que o último fôlego. Inspirar, expirar. Movimento exaustivamente praticado ao longo dos anos. Rápidos, lentos, ofegantes, oscilantes, seguros, certeiros ou errantes. E após tanto treino, o último. Dá-se valor à última respiração, pois não conseguimos prestar atenção à primeira. Talvez porque estivéramos muito ocupados com as primeiras lágrimas. Ou talvez porque insistimos em desprezar o início da peça. Um 'grand finale' faz, de fato, juz a longos anos de atuação.
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boo
ResponderExcluirfinally!!
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